Mais que um curso, uma proposta de mudança de vida.

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No cenário da sociedade atual é muito comum vermos as pessoas apressadas, confusas, agitadas e infelizes. A filosofia zen budista nos conscientiza da relação existente entre esta corrida cega e a infelicidade humana.
Ao compreender o ensinamento (dharma) e ao praticar a meditação zen (zazen), o sujeito dá início a uma transformação gradativa na sua maneira de agir e é convocado a dedicar tempo às suas ações.
Através destas pequenas paradas, começa a reconhecer a si mesmo e aquilo que está à sua volta, verificando e legitimando o que é apropriado para a sua vida. Desta forma, entende quando e como deve agir, investindo naquilo que, de fato, interessa: o verdadeiro bem-estar.

Crônicas


ALGUMAS FUNÇÕES DA NOVELA

É muito interessante observarmos o quanto as novelas mobilizam o imaginário das pessoas. Hoje as pessoas estão voltadas para o fim da novela da “Carminha”, que curiosamente chama-se: “Av Brasil”.
 Av. Brasil é um lugar de passagem de muitas pessoas diariamente, tal qual a novela das 20h.  Nós que trabalhamos com subjetividade não podemos deixar de pensar o que é que faz com que as pessoas fiquem tão aderidas a este programa diário, que vira um “acontecimento social”.
A hipótese primeira e muito difundida é a de que as novelas com seus enredos dramáticos, cômicos, repletos de personagens caricatos, oferecem aos sujeitos uma possibilidade diária (conta gotas) de “felicidade” (válvula de escape de um cotidiano opressivo, violento e vazio), através de um processo de identificação com algumas falas e expressões reprimidas dos sujeitos.
A crítica à passividade diante da telinha há muito é feita pelos intelectuais (o Videota). No entanto, cabe àqueles que trabalham com o psiquismo alertar as pessoas para o fato de que é possível se render a este “prazer”, assim como o fascínio das redes sociais, mas é fundamental que se utilize essas ferramentas com algum discernimento. E para isso, é necessário “treinar”, exercitar, um olhar crítico. Ou seja, a novela, os joguinhos virtuais e o FB, não devem tomar o lugar das saídas com os amigos, da leitura de um bom livro, da degustação de uma boa comida e bebida com aqueles que estão a sua volta, não substitui o namoro, o cinema e tampouco o olho no olho de uma conversa franca.
Os atalhos – estes entretenimentos - estão aí, não são sempre indesejáveis, mas não substituem o Caminho.
Uma excelente forma de ver uma novela ou um filme é poder extrair dali a complexidade do funcionamento psíquico. Sem julgamentos, mas com plena atenção, o sujeito pode observar as idas e vindas dos sujeitos: a inveja, a raiva, o amor, a generosidade, o arrependimento e um mundo de sentimentos /pensamentos existentes nestes personagens.
Atualmente, a excelência dos atores faz com que a profusão de sentimentos humanos seja altamente explorada (expressa), isto permite aos sujeitos se perceberem, assim como, perceberem aqueles com quem se relacionam (sem tantos embates reais e “perigosos”). Então, estamos falando aqui de um limite tênue, onde a novela pode ajudar ou atrapalhar a elaboração de conflitos psíquicos. Ajuda, por exemplo, quando o sujeito pode ver a si mesmo (identifica-se com algo desejável ou indesejável) e ao ver isso se encanta ou se assusta e se propõe uma mudança, atrapalha quando o sujeito ao identificar-se reforça e justifica egoicamente esse aspecto doentio em si, sem questionar sua origem ou mesmo sem vislumbrar uma transformação disso.
Finalmente, quero dizer a todos que nós psicanalistas estamos muito atentos às Carminhas, Santiagos, Tufões, Ninas, Ritas, Max, Lucindas, Jorginhos, Monalisas, Suelen e muitos outros funcionamentos psíquicos mais ou menos grotescos, caricatos e os acolhemos, os traduzimos, compreendemos, humanizamos e delicadamente propomos transformações que os tornem Seres plenos e verdadeiros para longe de suas defesas inconscientes que os tornam estereotipias de autômatos ambulantes. Porque entendemos que tudo isso faz parte daquilo que chamamos vida psíquica e que a mesma é dinâmica, para além do Bem e do Mal e que porta contradições, desafetos e mal estar. Esta dinâmica da vida psíquica requer entendimento  e compreensão a partir das  totalidades contextuais de suas histórias de vida. Por isso é importante desatar nós internos e resgatar a essência de cada um.
Desejo que todos possam se pensar e se compreender usando todos os recursos existentes  reais e atuais e que a novela, o romance, o livro ou o cinema possam servir de ponta pé para isso. De outra forma, usaremos o pé para outra função menos dignificante:  para chutar o balde de nós mesmos ...


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