Mais que um curso, uma proposta de mudança de vida.

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No cenário da sociedade atual é muito comum vermos as pessoas apressadas, confusas, agitadas e infelizes. A filosofia zen budista nos conscientiza da relação existente entre esta corrida cega e a infelicidade humana.
Ao compreender o ensinamento (dharma) e ao praticar a meditação zen (zazen), o sujeito dá início a uma transformação gradativa na sua maneira de agir e é convocado a dedicar tempo às suas ações.
Através destas pequenas paradas, começa a reconhecer a si mesmo e aquilo que está à sua volta, verificando e legitimando o que é apropriado para a sua vida. Desta forma, entende quando e como deve agir, investindo naquilo que, de fato, interessa: o verdadeiro bem-estar.

Notas sobre o filme: "Comer, Rezar, Amar"

No início do filme a forma discursiva de Liz é algo muito previsível, sociável e superficial. O filme inicia com a fala de Liz sobre a amiga psicóloga. O que parece estar em jogo é o conflito de Liz: nos ocupamos, ocupamos nossa mente a maior parte do tempo com falsas questões. Ou seja, com questões menores, e, com isso deixamos de nos haver com aquilo que realmente é importante. Isto acaba por representar um espaço/tempo psíquico enorme e impede a abertura de outros campos para o que necessita expressão.
Mudamos a ordem de importância das questões da nossa vida tanto, o tempo todo, que acabamos por achar isso normal, o que deve ser. E lá pelas tantas, nos tornamos superficiais e autômatos infelizes e sem energia. De tanto desviar do que importa acabamos nos desviando de nós mesmos e não sabemos mais o caminho de volta, sentimos a consequências do desvio: falta de energia, de desejo e de propósito.

BALI
Porque teve tanta importância o que Ketut disse para Liz? Porque ele falou com ela, e, para ela de uma posição muito própria e serena. Ainda quando o sujeito está muito desequilibrado, ele reconhece a frequência de equilíbrio do outro e isto o afeta positivamente. Ele não sabe exatamente porque, não é só pelo conteúdo daquela fala, mas pelo conjunto de verdade que compõe esta fala: ritmo, conteúdo, ausência de ansiedade ou angústia (ausência de ego). Este elemento do não-eu (nirvana) é o mais difícil a ser alcançado e o que produz o maior efeito no outro.

SEIS MESES DEPOIS
A vida de Liz social, profissional e conjugal parece dipersa, sem sentido, superficial, complexa e sem densidade.
O marido faz um comentário horroroso da sua ortografia; a amiga, gorda, cansada e dispersiva; fala a data errada do lançamento do seu livro; é apresentada a alguém que figura a lista dos mais importantes como ela na revista Times; Stephen, o marido está visivelmente perdido profissionalmente e tudo isso é muito banal.
Alguns sinais de que ela gostaria de mudar: caixa da National Geographic, conhecer o mundo.
Ela passa por tudo e não fica com nada. Não há fluidez, há interrupções a todo tempo, hesitações, tropeços, erros, com aparência de “tudo bem”. Casa arrumada, está “bem” empregada, bonita, bem vestida e ... infeliz. Até a infelicidade parece que é normal, faz parte...

A RELAÇÃO COM STEPHEN (O CASAMENTO)
Liz é acometida pelo “vazio psicológico” (conceito da psicologia budista). Estado em que o sujeito não tem mais condição psíquica de juntar os elementos da sua vida para compreendê-la. Nada se articula a nada. Não há liga, não há linking, muitas cenas, nenhuma possibilidade de inserção nas mesmas. O sujeito até tenta se convencer de que se alegrará com pequenas distrações ... e de novo é lançado num abismo. Está apartado de sua própria vida.
Liz começa a perceber que a vida com o marido não estava fazendo sentido. Pensa que embora estivesse casada só há um ano, e “lembrasse de cada investimento” feito para a construção da casa, não se via ali, não se via vinculada a nada daquilo.
Ela mesma “se dá um sinal” (Inconsciente Feudiano), ao se dizer: “volte pra cama, Liz”. O auto cuidado como uma camada profunda e quase sem vida que reaparece quando o sujeito está profundamente mobilizado. Consegue enxergar algo de si, porque abriu mão das compensações e distrações egóicas que aterravam o seu sofrimento.
Dicionário Italiano: as palavras, as sonoridades, um mundo que se abre, novas possibilidades, por novas sonoridades ... “Outras palavras” (Caetano) ... Nada consistente neste projeto mas tudo muito encantador, vislumbrando vida ... É interessante a maneira como os dois se dizem o que não querem: sussurrando ... Posso não querer mais o que quis antes em alto e bom som? “Não quero ir para Aruba” ... “Não quero mais ficar casada”.

A NEGOCIAÇÃO DA SEPARAÇÃO
Liz e Stephen demoram a chegar a um acordo. Foi necessário Stephen perceber que Liz não voltaria mesmo para ele para que pudesse assinar o divórcio.
Um pacto se faz rápido mas não se desfaz tão rapidamente. O que é um pacto? Quando duas ou mais pessoas decidem acordar algo que não está claro para todos o que é. Acham que é desnecessário esclarecer o que estão acordando. Só lembram do que possivelmente acordaram quando um deles rompe o acordo (não sustenta mais esta posição) e o outro o lembra sob forma de acusação.
Ela disse que ele poderia ficar com tudo material e ele recusou. O que David recusou? Ele a odeia ou a ama?
Parece que aquilo que ele recusa é desfazer o pacto. Aceitar o material seria ficar com o imaterial que para ele era insuportável. Era o que ele fugia, do vazio de não saber quem era. Estava acostumado com um papel e precisava de plateia para sustentar esta ilusão.

A MEMBRANA PERMEÁVEL (A RELAÇÃO COM DAVID)
O pacto de Liz e David parecia ser: ele não acreditava que pudesse realizar-se, ser feliz, e sim que poderia evitar desprazer, fazendo a mímica/ o simulacro da “meditação”, “do planejamento”.
O mecanismo inconsciente de “TUDO DEMORANDO EM SER TÃO RUIM” (Caetano) é aquele onde o sujeito faz algo no presente, algo qualquer para tentar ludibriar o mal que pensa ser inexorável. Mecanismo obsessivo compulsivo para tentar dar conta da tristeza, do não afeto da dor.
Liz neste momento, não sabia como ser feliz. Enquanto não sabia o que fazer era refém de “paixões”, ou seja, de ser arrastada para lugares ilusórios e insustentáveis.
A relação adolescente, fora da adolescência, vira algo pesado e inútil em pouco tempo. É comum as pessoas dizerem uma para as outras a título de “conforto, acolhimento e suporte”: “seja feliz, se é isso agora, aproveite” ... A música marca este momento. “A ilusão de proteção” : a ânsia do cuidado vindo de um outro. Carência afetiva e impossibilidade de compreensão da sua situação existencial leva os dois a pactuarem uma pretensa felicidade.
“Eu desapareço na pessoa que eu amo, eu sou uma membrana permeável. Se eu te amar, você terá de tudo, meu dinheiro, meu tempo, meu corpo, meu cachorro. Eu assumirei suas dívidas, e projetarei em você todos os tipos de qualidades fantásticas que você nunca cultivou em si próprio. Eu te darei tudo isso e mais, até ficar tão exausta e debilitada que a única maneira de recuperar isso é me apaixonando or outra pessoa”.
Vejam, é muito importante isso: NÃO SENTIR, ANESTESIAR-SE, ALIENAR-SE DE SI, DISTRAIR-SE, ENTRETER-SE, RELAXAR ... NADA DISSO PODE SER ASSEMELHADO À FELICIDADE. Isto chama-se campo de atividade para evitar desprazer e alimento rico para DEPRESSÃO.
O mecanismo da “válvula de escape”. O sujeito agarra-se à algo que o faz ilusoriamente estar em movimento.
Liz estava tão anestesiada emocionalmente que topava até mesmo irritar-se e enervar-se para sentir algo.
No entanto, as risadas de Liz em alguns momentos parecem apontar para uma possibilidade de mudança real na sua vida. A risada é espontânea e de quebra. Freud nos ensina que o humor, o riso, a gargalhada é algo que obriga o sujeito a resignificar-se, a reiventar-se, é transgressor e propõe vida. A risada com os pacientes nos fazem sentir humanos, nos sentimos humanos e potente num setting analítico. Na dobra da gargalhada que nasce de um lugar profundo e nos surpreende há a força para inauguração de algo totalmente novo.
David era alguém melancólico, que não conseguia se haver com sua tristeza e defensivamente ironizava tudo, não encontrava nada a sua volta e entediava-se rapidamente.
Liz diz de novo sussurando: “eu não sei como viver/ficar aqui”. Liz vai embora. A FUNÇÃO DESTA RELAÇÃO AINDA NÃO ESTÁ CLARA, só sabe que não consegue mais ficar. NA CASA DA AMIGA PARA JANTAR:
A amiga diz: “lembra quando você se dedicou para ser uma esposa perfeita, cozinhando, reformando a cozinha, acho que está tentando fazer igual agora com este, meditando e entoando cânticos”.
“Eu estava tentando fazer dar certo”.

O DESMANTELAMENTO DO PACTO DE DAVID E LIZ
A escolha se faz por aquilo que ela percebe que falta na vida dela. Não sentia mais sabor (sapore/ saber, sabor) em nada da vida.
“Senti nada quando acordei hoje de manhã. Nem paixão, nem entusiasmo, nem fé, nem emoção. Nada. Anestesiamento total”.
Quando uma pessoa está mal, fragilizada e o “companheiro” não consegue conter, ou ampará-la, ao contrário, a maltrata, a lança no abismo existencial. Justo porque não tem esse suporte, esta reserva emocional, esta contenção para e em si, o abalo do outro é um abalo no seu narcisismo e o sujeito não suporta porque o espelho quebra diante de si e não consegue mais ver nada da sua imagem.
É comum ouvir em análise que o seu/sua companheira não doa nada na relação. Costumo perguntar aos meus pacientes: como ele /ela vai dar o que não possui? Nesse momento o sujeito para e se assusta. Percebe que terá que se auto prover, se auto cuidar e isso não é tão ruim quanto ele imaginava.
O sufocamento que David sente na relação com Liz vem do impasse inconsciente que ela o apresenta ao estar diante dele e ele precisa dedir se vai ou não mudar. Ele diz: Não quer me dar a chance de sentir sua falta? Nesta altura não havia mais esta possibilidade.

MUDANÇA DE VIDA (IDA PARA A VIAGEM DE UM ANO)
Na escada os dois parecem estar velando algo, a relação, a si mesmos? Muitos casais vivem estes lutos diários, os dois falam da relação como se falassem de um morto que está a sua frente e não sabem o que fazer com ele.
Ainda arrisca no último momento a agarrá-la num pacto doentio: se você ficar podemos comer comida indiana todas as noites.
“Você nunca pediu para eu ficar”. Denuncia nesta fala a importância do timing numa relação. Algumas coisas precisam ser ditas na pontualidade do que acontece.

ITÁLIA
Estranhamentos: a precariedade da casa, a arquitetura, a escassez da água, a falta de rodeios ao falar. Fala direta, e fala-se do que é importante. Fala-se de fato, com as mãos, com a alma. Vive-se, come-se de fato.
“Se eu quiser tomar banho? Você coloca água na banheira. Não há bastante água. Há bastante. Tudo que for importante ficará limpo”. Italiana japonesa?
Tudo despenca, nada é para sempre (Impermanência – conceito budista).Ao comer o mil folhas: ela fala com gestos e com ênfase: “perfeto”. Come beijando o doce.
Ela começa a se encantar, com a forma das pessoas falarem, se comportarem nas ruas. Faz amigos, aprende italiano.
Ao comer boa comida, ao dar tempo a si mesma, ao se respeitar começa a haver um resgate de sua energia. Do seu Eu.
“Atravessiamo” que lindo!. É simples: “vamos atravessar”. “Perfeita combinação dos sons italiano, o “a” nostálgico/melancólico, os “erres” fortes, o “s”suave. No encontro com o professor, Liz não estava receptiva ao encontro com um homem. Liz estava ali para aprender, resgatar seu Continuar a Ser (conceito Winnicottiano). Estava concentrada nesta empreitada. E visivelmente decepcionada, magoada e descrente de armadilhas amorosas.

"Estou sozinha" – Só. Se dá conta de que pela primeira vez está sozinha. Come o espaguete com muita atenção, com possibilidade de perceber todo o sabor da comida. A música que acompanha demonstra o ato sublime.
Obesidade infantil dos italianos. Em toda cultura existem problemas, na Itália também.
O prazer de não fazer nada – “la dolce far niente”.
A rua, a música italiana invade a Liz. A vida das ruas, com sua humanidade começa a afetá-la.
Liz faz os pedidos em italiano. A forma de pedir e o que se pede é algo construído ali, aprendido pelo tempo dispendido. Tempo dado à construção do que parece ser importante.
E qual seria a palavra de cada um? A fala de cada um, aquilo que diz de você mesmo num campo inquestionável.
Qual a palavra da Liz? Uma mulher em busca de sua palavra?
A amiga tem receio de engordar.
Ela sente falta de alguém ao mesmo tempo que começa a curtir ficar só. PARADOXO sustentado promovendo uma mudança interna.
Experimenta o “dolce far niente”. Cozinha para si mesma de uma forma equilibrada, harmoniosa, simples e o prato fica lindo.
Ao sentar no chão, lembra-se também do David. É interesante a marca de ultrapassagem de algo muito importante para ela. Estar no chão antes era desespero, derrota, não saber para onde ir ... Naquele momento sentar-se no chão era usar sua base, com tudo que podia, postura erguida, prato feito e pronta para aquele belo e inteiro momento.
Lembra-se de David, ao propor a ela um pacto de infelicidade: “Sabemos que não estamos felizes mas e se ficarmos juntos ainda assim e ficarmos infelizes para sempre seremos infelizes juntos”.
O Augusteum suportou o caos, a ruína e se transformou. Auto-poiesis (Conceito psicanálitico tomado da biologia).
Ela percebe que há ruínas e que elas não são ruins necessariamente. São muitas vezes indícios de transformações. A ruína é um presente, a ruína é a estrada para transformação. Sem desmantelamento, não há mudança.
David estava apegado ao desequilíbrio e não queria mudar.
Liz fica algum tempo no Augusteum e no final diz estar pronta para seguir adiante. Esta fala é significativa do que está vivendo.
“Augusteum me mostrou que devemos estar preparados para as zonas de transformação”.

A DESPEDIDA DE LIZ DA ITÁlIA
Jantar em Ação de Graças: a Risada de Liz transforma a tragédia em algo muito bem humorado. A transformação.
A saída inteligente, sensível: “Peru no café da manhã”.
Os agradecimentos são sinceros e profundos. Solfi agradecece a Liz por ensiná-la a apreciar a vida, Giovani agradece pelo medo, “pela primeira vez eu tenho medo da pessoa que está ao meu lado queira ir embora”.
Liz diz que sente-se feliz por ver os amigos amar e cuidar um dos outros, por ver e fazer parte deste cuidado. Relações verdadeiras.
A música indica um grupo unido, alegre e muito imbuído do que estavam fazendo juntos.
Liz observa tudo, filma tudo e vemos que está numa posição interessante: saiu do egocentrismo e pode estar com aquilo que é do outro , não está esperando nada, está vivendo aquele momento dentro daquilo que é possível ali.
E isto traz muita alegria e felicidade. Neste momento vemos o quanto liz já tem o que trocar, está ganhando densidade e consistência. Começa a ser alguém de fato.

ÍNDIA
A forma como ela chega já é interesante. Chega apressada e acaba dormindo na meditação. A princípio está pronta para tudo, mas não está.
A prática do silêncio é bem mais desafiadora do que se imagina.
Liz começa a acordar muito cedo (04:30) para a meditação.
Fica perdida na meditação, tentando encontrar a pagina correta. Acaba desistindo, impaciente.
A função da parada num templo. Poder parar diante de si e de suas dificuldades.
O encontro de Liz e Richard do Texas. Qual a importância disso? Qual a função de um para o outro? Ele percebe em Liz alguém tão atormentada quanto ele quando chegou lá. Ela o aceita, o ouve e pra ele é uma oportunidade ímpar de exercer a função paterna que não conseguiu com seus filhos.
Ele a chama de “armazém/sacolão” e diz que nunca viu alguém comer tanto de uma só vez. “Te ouvi comer antes de te ver”. Isto inicialmente é chocante para Liz e depois entende como algo carinhoso e afetivo.
Liz se assusta com sua desconexão na Índia. Na verdade estava inaugurando uma entrada numa esfera mais profunda do seu eu e sentia-se completamente desamparada. Nunca tinha ousado tanto.
Richard pergunta a ela porque foi para lá. E ela diz que só queria um pouco de paz. “Se você quer chegar ao castelo precisa nadar pelo fosso”. Freud: “Se queres a paz, prepara-te para a guerra”. Esta é uma compreensão de que para se alcançar o EU Verdadeiro depois de tantas fugidas por processos defensivos se terá um trabalho árduo.
Liz tenta meditar na sala de meditação e é acometida por vários pensamentos sucessivos. Pensamentos que sugerem seu estado de ansiedade e angústia.
Liz ao ficar brava com Richard, está começando a se humanizar de novo. Ela diz que não consegue se concentrar. Só consegue pensar na decoração da sala de meditação. Neste momento, está muito próxima de seus conflitos deixados de lado todo o tempo. Ele diz para ela parar de tentar controlar tudo e controlar sim sua mente.
“Trabalhe sua mente. Sente no jardim, acalme sua mente e observe o que acontece. Deixe as coisas rolarem”. Liz começa a meditar, com muita dificuldade e muitas picadas de mosquitos.
Deus me mande um sinal, diz Richard.
“As picadas vão sumir, tudo passa”.
Conversa com David ao telefone para finalizar esta relação. Ele tinha a ilusão de que adiava o término da relação enquanto não falava com ela. Como tudo na sua vida. “Não preciso que seja fácil, mas também não precisa ser tão difícil” Cena do jardim. Liz medita no jardim. Nesta cena fica clara a mudança de Liz. Cena escolhida para o email marketing. Richard a observa e diz: “Nunca te vi tão concentrada”.
Ele diz: “sei que se sente péssima, mas sua vida está mudando”.
Ela tenta falar do David, Richard diz a ela o quanto este apego, esta obsessão, ocupa sua mente não deixa espaço para o que interessa: amar, não a um mas a todos, “tutti”.
“Sinto falta dele. Sinta. Depois mande luz e amor toda vez que pensar nele e depois esqueça”.
Acha que tem capacidade de um dia amar o mundo inteiro? (Bodichitta – conceito budista)
Liz lembra-se de diversas situações difíceis da sua vida, não elaboradas. As cenas emergem em sua mente na medida que para. Parada subjetiva.
Leia, medita, vá ao seva, leia. Algo mudará. Você tem sérios problemas de controle, diz Richard para Liz.
Tulsi tem medo do que será dela no casamento.
Liz consegue meditar um pouco mais concentrada. Olha para Tulsi na meditação e consegue algo através dela. Está se aquietando.
No casamento de Tulsi Liz está com uma expressão serena e muito bonita. Reflexiva, contemplativa, com Plena Atenção.
Na festa de casamento de Tulsi, Liz lembra-se da sua festa de casamento. Lembra-se de uma cena muito importante: uma cena que dentre outras “esquecidas” provavelmente contaminaram a fluidez desta relação.
A cena é a da dança dos dois que acabou sendo a dança de um. Stephen no seu egocentrismo, transgrediu o combinado entre eles e pediu para tocar uma música só para ele. Ele deu o seu show. Foi uma quebra de confiança, uma revelação da falta de carinho, amor e união.
Liz revela para Tulsi o quanto pensar na felicidade dela a fez seguir o Guru Gita até o fim, ou seja, ela estava fazendo com empenho uma ação fora de um egocêntrismo. Ela estava dedicando o Guru Gita a ela. E o que a impedia era justamente a auto-referência que a fazia o tempo todo ter que saber o que estava fazendo.
Liz diz que tinha imaginado Tulsi feliz quando estava na meditação.
E como foi quando eu estava feliz? Pergunta Tulsi. Eu imaginei você e Rijul, sorrindo e olhando um para o outro com amor e gentileza e foi tudo muito real. Ela diz: muito obrigada Liz, isso me faz acreditar. A função da crença de alguém em nós mesmos.
“Está se perguntando porque fez tudo isso? Não consegue se perdoar. Ela diz que está esperando ele a perdoar”. Richard fala com firmeza.: “esperar o outro te perdoar é uma perda de tempo, perdoe a si mesma”.
Liz e Richard estão muito próximos e Richard consegue dizer a ela da vida dele e chora. Não há hesitações, as falas são verdadeiras, precisas.
Ele começa dizendo: “não é uma estória bonita, mas é clássica. Álcool demais, drogas demais, traições inconsequentes demais”.
Richard diz para Liz: “fique aqui até se perdoar, e o resto vai se ajeitar sozinho”. Liz fica ali com tudo que está sentindo/pensando naquele momento e a cena vem. A cena da dança no casamento. Finalmente ela e Stephen dançam a música que deveriam ter dançado. Ou seja, há espaço para ela dizer o que sente/sentia.
Richard diz: “continue com seu trabalho e siga em frente com sua vida”.
Armazén, acredite de novo no amor, diz Richard.
Menina Creamcheese – social, animada e sorrir o tempo todo.
“Deus vive em você como você mesmo. Deus não está interessado em saber como uma pessoa espiritual se comporta”.
Liz percebe que deus vive dentro dela.
Ela pode ser a garota creamcheese sem problemas porque ela não é de fato isso. O elefante se aproxima e Liz se surpreende com o fato de poder estar perto dele, tocá-lo. Liz pode estar próxima daquilo que parecia assustador.


LIZ EM BALI
A música, a bicleta, a expressão de Liz: leve e autônoma. Lago, peixes e o seu próprio templo de meditação. O desapontamento de Liz quando ketut não lembra dela. Antes você tinha muitas preocupações, muitas mágoas, última vez parecia uma velha triste. Agora você bonita, porque tão diferente?
Passei muitas coisas, 4 meses comendo em Roma, depois retiro na Índia. Agora juntar os dois. Ketut bom nisso.
Ketut diz: “As pessoas em Bali acreditam que para serem felizes precisam saber onde estão a todo instante. Aqui é o equilíbrio perfeito, o encontro entre o céu e aterra. Não tem muito deus não tem muito egoísmo, a vida muito louca perde equilíbrio, perde energia”.
“De manhã faz meditação, da Índia, sério, muito sério, de dia você aproveita bali. À tarde vem me ver, à noite faça uma nova meditação. Silêncio e sorria, sorria com o rosto, com a mente , com o fígado”.
Até mais , minha amiga.
Liz medita. A música brasileira propõe: paz, leveza e tranquilidade.
O encontro com Felipe através de um atropelo. Ele a atropelou. Ferimento grave. Curandeira Wayan. Cura tradicional balinesa.
Preparou uma bebida e colocou um remédio com ervas na perna.
Por mais que tenha bebido Liz não entra no “oba oba” do rapaz para fazer sexo. Felipe se aproxima e tenta conversar com Liz.
Dois divorciados tristes, diz a brasileira. A visão da tristeza pela maior parte das pessoas.
Liz para quando percebe que as coisas não estão apropriadas.
“Eu saí com você há quinze anos, eu saí com você Há seis meses” ... (Repetição- conceito freudiano).
Liz compreende o cuidado e o aceita. Ele oferece a ela atenção, carinho e alegria do convívio.
Liz estava pronta para conhecer e estar com alguém de verdade. Felipe tem muito carinho e paciência com o filho. Felipe como guia turístico. Felipe 46 carimbos no passaporte; Liz 49, ele fica surpreendido e feliz.
Felipe diz que os dois são antevasins , que vivem no meio, aqueles que vivem entre dois mundos, na fronteira. Aqueles que renunciam o conforto da vida familiar para buscar a iluminação. “Estrangeiros”, o sítio onde habitam (Conceito do psicanalista Pierre Fedida).
Liz compreende sua relação com Stephen diz: “eram muito imaturos e jovens para casar”.
Tomam banho numa praia muito gostosa.
Felipe já ganhou o seu dinheiro, não tem ambição de moço jovem.
Ketut diz a Felipe que ele sofreu muito com a separação e que tem cicatrizes, precisa confiar de novo no amor.
Felipe fica com Liz muito tranquilamente na sua casa. Os dois fazem muitas coisas juntos.
Felipe olha para Liz e percebe calmamente que pode e quer se aproximar dela mais intimamente. Ele a convida.
É muito natural para os dois este momento, não precisam falar muito. Já eram muito íntimos e conhecidos um do outro.
A música é perfeita : João Gilberto cantando “wonderful, marvellous, you should care for me ...”
Liz fica 2 semanas com Felipe direto e fica aflita ao final deste tempo porque não está meditando.
Liz ajuda Wayan a comprar uma casa.
Liz escreve aos amigos e diz que quer ajudar “tutti”, todo mundo, sua família. A família que encontrou em Bali.
Felipe leva Liz a uma praia e a convida para passear de barco para uma ilha. Uma ilha onde é o seu lugar favorito.
“E se a gente tentasse criar uma vida que se dividisse entre os dois lugares? Não posso não estou pronta para viajar agora”.
Tem medo de perder o equilíbrio conquistado.
Não atravessa. Volta para meditação e conversar com Ketut. “O equilíbrio é não deixar ninguém te amar menos do que você mesma”.
Ketut diz a ela que ela o curou. A mulher de Ketut ofere a Liz, café, porco assado. “Você ainda medita como sua guru te ensinou? Você ainda sorri com o fígado?
Terminei com ele. Não consegui manter meu equilíbrio”.
“Liz às vezes perder o equilibrio por amor faz parte do equilíbrio”.
Liz e sua teoria : “a fisica da procura”.
A força in natura ( da natureza) com leis tão verdadeiras quanto as leis da gravidade. As regras da Física da Procura seriam assim: “se você for corajoso o bastante para deixar tudo o que for familiar e cômodo, que pode ser qualquer coisa, desde a sua casa até a amargura de antigos ressentimentos, e planejar uma viagem de busca verdadeira tanto interna quanto externa. E, se estiver realmente disposto a considerar tudo que acontecer com você nesta viagem como uma pista, e se você aceitar todos que você encontrar ao longo desse caminho como um mestre, e se tiver preparado acima de tudo, para aceitar e perdoar as realidades duras sobre si mesmo a verdade não ser a negada a você”.
Ela diz a sua palavra, que acaba de descobrir: “ Atravessiamo”. A "Travessia do Fantasma" diria Lacan. Há uma quebra libertadora. A risada de Liz indicava que ela poderia chegar aí.
Era uma risada que quebrava a rigidez de qualquer coisa. A libertava. O humor e a verdade são libertadores.

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