Chegar a Paraty e (re)conhecer
o lugar, depois de tantos anos, foi uma experiência muito prazerosa.
Andar pelas ruas de pedras,
conhecer um pouquinho das estórias das pessoas e do lugar é entrar em contato
com a essência de Paraty.
A argentina Marisa deixou
sua função de secretária executiva em uma grande empresa e descobriu-se artista
da cerâmica em Paraty. Seus aneis, colares e brincos são verdadeiras obras de
arte. A luz dos seus olhos brilha quando fala da sua descoberta; seu ateliê,
como outros que visitamos, fala de um lugar que a vida está se fazendo ali,
naquele momento. A terceira dimensão na cerâmica é o retrato vivo da beleza e
singularidade de Marisa, uma mulher bonita e viva, como tudo que cria.
As três jovens uruguaias
que tocavam violino e violão na praça, nos encantaram com suas simplicidades,
firmeza, delicadeza e alegria com que realizam a música. Meninas que sabem o
que estão fazendo e o fazem com prazer.
O músico argentino que
canta lindamente a bossa nova, como um autêntico cantor brasileiro, nos
surpreende quando o ouvimos falando com um sotaque argentino forte. Pessoas que
se descobriram em Paraty e estão plenamente felizes, transmitindo este estado
àqueles que visitam o lugar.
Os pequenos índios andam
soltos, perdidos, tristes, mas, ainda assim, cantam, dançam, e se expressam em
tupi guarani.
Pequenos índios como:
Maicosuel, Renan, Caíque e Stefanie são expressões vivas de um pedacinho triste
e real do Brasil. Crianças lindas, ávidas por algo que faça algum sentido e
orbitando entre os turistas; estão atrás de moedas? de comida? De afeto? De acolhimento?
De contato? De pertencimento?
Paraty concilia
harmonicamente natureza e bom gosto. A arquitetura de muitos bares e pousadas é
totalmente respeitosa e valoriza a natureza.
O Margarida Café oferece uma
tarde gostosa com uma ótima música e uma comidinha muito cuidada: o risoto de
pera nos mostra como o ato de comer pode ser feito com prazer, delicadeza e de
forma saudável.
As balinhas de cachaça com
chá verde do Café Pingado são deliciosas!
É gostoso tomar um drinque
tailandês Cai Thai (caipirinha tailandesa) no Thai Brasil e comer uma saladinha
de frutos do mar na folha de bananeira. Simpatia, cores vivas e garçons sem
pressa, são as marcas do lugar.
No Terracota encontramos a
Beth, que reuniu num lugar espiritualizado – um cantinho especial com a imagem
do Buda – deliciosos biscoitos e chás que
podem ser degustados no jardim de inverno.
Mineiras, cariocas, argentinas,
uruguaias, as garçonetes dos bares e restaurantes têm suas estórias para contar
e todas dizem: vim para cá e não vou mais embora. Sorriem quando perguntamos se
gostam dali, seus sorrisos valem mil palavras.
Um bom lugar para nos
encontrarmos, Paraty é calmo, seguro, bonito e traz um clima de liberdade.
O sorvete de café com
cereja do Pistache é para ser apreciado nas mesinhas de madeira ao ar livre.
As cachaças são expostas
como obra de arte em vitrines sem fim.
As calçadas e suas
mesinhas com velas convocam a uma cervejinha gelada, as escuras: Therezópolis e
Petra são deliciosas.
A brusqueta do Punto
Divino é mais uma descoberta no fim da rua, onde parece que não encontraremos
mais nada.
Os barqueiros falam com
entusiasmo das praias, convidando os turistas a desfrutá-las sem pressa.
Tudo para ser
tranquilamente vivido e contemplado com muito respeito a estas pessoas que
fazem Paraty ser um lugar tão mágico, simples, extrema e paradoxalmemente real.
Escrevo para
compartilhar/indicar a meus amigos esta feliz experiência e agradecer a
oportunidade de (re)conhecer Paraty.
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